Choque de gerações: o que fazer quando a convivência no trabalho parece impraticável
A convivência entre diferentes gerações dentro de uma empresa pode agregar muito, tanto para o desempenho da equipe quanto para a experiência indivíduos. No entanto, há momentos em que a relação entre os colegas pode ficar comprometida devido ao choque de gerações.
Essa situação ocorre quando dois ou mais indivíduos de diferentes faixas etárias passam a discordar ou a não se adaptar às práticas, métodos, sistemáticas ou até mesmo às ideologias uns dos outros. Em função do contexto social, econômico e cultural em que se desenvolveram e, principalmente, do viés tecnológico, há diferenças marcantes na maneira com que cada geração se relaciona com o trabalho.
Neste momento, os profissionais precisam ter muito jogo de cintura. Saber lidar com isso, minimizando os impactos da situação para si próprio, para a equipe e para a empresa, pode ser visto tanto como um desafio quanto como uma oportunidade de se diferenciar diante da concorrência.
A coach de carreira Sara Bambirra dá algumas dicas sobre como os profissionais e os gestores devem lidar com o choque de gerações e fazer com que essa circunstância se transforme numa troca rica e produtiva para todos.
Confira os principais motivos de choque entre pessoas de gerações diferentes em uma organização:
•Dificuldade para liderar alguém diferente, sem conhecer suas necessidades;
•Falta de interesse em conhecer os valores de cada geração, visando compartilhar percepções e buscar pontos em comum;
•Não respeitar as diferenças de pessoas que pensam e enxergam o trabalho de uma nova maneira;
•Falta de vontade para ensinar e de disposição para aprender.
Profissionais inovadores em empresas tradicionais e vice-versa
O profissional de cada geração pode ser muito bem aproveitado em qualquer empresa, seja tradicional ou inovadora, de acordo com o perfil da atividade a ser realizada. Uma empresa conservadora precisa certamente de um profissional criativo, entusiasmado, que esteja atento às novas tecnologias. As características acima descrevem um profissional da Geração Y, que hoje possui entre 18 e 32 anos.
Por outro lado, um profissional dedicado ao trabalho é fonte de inspiração para os mais jovens e não é dispensado por empresas inovadoras. O perfil descrito pertence à Geração Baby Boomers, profissionais que hoje possuem entre 49 e 67 anos. “É fundamental cada empresa conseguir extrair as melhores características de cada geração para contribuir com o desenvolvimento da organização”, afirma Sara.
Profissionais em início de carreira: como aproveitar melhor a experiência da relação com os mais velhos e como fazer que as suas ideias sejam ser melhor aceitas?
Para que possam tirar o melhor proveito da experiência, é fundamental saberem escutar e aprender por meio da “experiência recolhida”. De acordo com Sara, a maioria dos jovens da Geração Z e Y não são humildes e não valorizam o saber das pessoas mais experientes. “Esse profissional da Geração X ou BB (Baby Boomer) não é seu superior à toa, existe uma razão. Portanto, aproveite a experiência e aprenda.”
Para aceitação de novas ideias, Sara pontua outra competência fundamental: a comunicação. “A ideia não será implementada porque você avalia que é a melhor solução. Aprender a defender as ideias e saber argumentar com base em fatos e dados é fundamental. Faça uma apresentação que defenda a sua ideia de forma consistente e embasada. Se possível, coloque previsões de melhorias após a sua implantação.”
Se você é um jovem profissional em início de carreira, fique atento a essas dicas para impedir que o choque de gerações não comprometa a sua ascensão na empresa
Aprender a gerenciar conflito é difícil, porém necessário. Se o jovem profissional está em um cargo hierarquicamente mais baixo, a dica é: escute. Depois, argumente de forma embasada e não sustente sua argumentação em “achômetros”. Aprenda a respirar e contar de 1 a 10 nos momentos de tensão e dificuldade. Espere a poeira abaixar para conversar e apresentar o seu ponto de vista. Respeito é fundamental em todas as relações.
Como saber quando o choque de gestão pode ser positivo
Conflitos são positivos quando um respeita o outro e agrega valor ao trabalho da equipe. Mas quando o conflito compromete os seus valores e prejudica a sua autoestima – aliás, duas características significativas na geração Y: elevada autoestima e comprometimento com os valores pessoais –, é hora de seguir adiante, pois são fatores determinantes para a realização e satisfação profissional.
Conviver e trabalhar com pessoas de gerações diferentes é inevitável. Portanto, é necessário extrair o que cada geração tem de melhor. “Se o gestor conseguir aproveitar o máximo dos profissionais de todas as gerações, ele terá uma equipe forte”, afirma Sara.
Qual é a sua?
Confira as características das três principais gerações que estão presentes no mercado de trabalho, segundo a coach Sara Bambirra.
Baby Boomers
Nascidos entre as décadas de 1940 e 1950, são profissionais workaholics que valorizam o seu status e são fieis às organizações. São contestadores e disciplinados, mas pouco ousados e ambiciosos. Os Baby Boomers são ótimos mentores, sabem como trabalhar em equipe, são planejadores.
Geração X
Nascidos entre as décadas de 1960 e 1970, buscam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e tem extrema necessidade de feedback e reconhecimento. São mais céticos em relação ao que já está estabelecido, porém, são bastante ambiciosos. São dedicados, comprometidos com a empresa, valorizam a competência quando assumem a liderança.
Geração Y
Nascidos entre as décadas de 1980 e 2000, são informais, ansiosos e não permanecem por muito tempo no mesmo emprego. Não vivem sem tecnologia e querem crescimento imediato dentro da empresa. São menos ambiciosos, mas prezam pela velocidade das ações. Gostam de realizar várias tarefas, criativos e atentos as mudanças tecnológicas.
Geração Z
Também chamada de geração do Millenium, internet, @, é filha da geração X. Abrange as pessoas nascidas a partir do fim dos anos 90 e 2000. Já estão fazendo escolhas profissionais e são altamente conectados, vivendo em um mundo virtual, utilizando vários equipamentos ao mesmo tempo e chegando a casos de dependência tecnológica.
Fonte: https://www.newtonpaiva.br/deolhonasuacarreira/choque-de-geracoes-o-que-fazer-quando-a-convivencia-no-trabalho-parece-impraticavel